Escrevo sobre o que aconteceu e o que acontece, numa
tentativa de reativar este blog que estava abandonado.
Na década de 90, a partir da insatisfação de um grupo de
pintores e entalhadores, fundamos a Associação Lagunense de Artista Plástico,
para atuar de forma organizada na combalida arte nativa.
Éramos duas dezenas e reuníamo-nos no Clube Blondin. Dentre
eles; Albalucia Balsini, Fernando Martins, Adilson Barros, Maria do Carmo, Rita
Salles da Rosa, Zuraya Coelho, Bete Antunes, Marcia Brum, Albertina Remor...
Foram muitas as atividades, duas exposições na sede do clube, uma amostra no
IPHAN, uma coletiva na faculdade de em Tubarão, na rua Raulino Horn (arte
presente) e uma exposição no clube 3 de maio, 3 no 3 (3 artistas expondo no 3
de maio).
Se as vendas, como sempre, não eram satisfatórias, a criatividade e a produção
cresceram; o entrosamento e as trocas de experiências fizeram com que as
atividades aumentassem, embora ainda hoje seja
carente de muitos ajustes.
Éramos compostos de autodidatas e representávamos o
individuo com talento em busca de afirmação num cenário pobre de qualidade
artística.
Para nós, na época o saldo fora positivo, já que o marasmo
ficará no passado, mas para que o setor cresça falta uma conjugação de
interesses (público e privado).
Depois de mais de vinte anos afastado das lidas artísticas,
eis me de novo participando de uma coletiva. O convite veio através do
estudante e ativo agitador cultural Bruno Espindola, e o cenário o Garibaldi Café
Arte Bar, um espaço que Laguna bem merecia e precisava.
E outra vez eu, Fernando Martins e Adilson Barros.
Adilson é poli; investe em varias frentes e o resultado é sempre autêntico,
pleno de textura e poesia, e incorpora a linguagem pop da arte lagunense, com
trânsito entre diferentes modalidades artísticas.
Não menos instigante é o caminho percorrido por Fernando Martins, sempre com
apurada pesquisa e que hoje constrói uma obra com múltiplas intenções.
Por Artur CooK, 1 de julho de 2012.
Confira abaixo fotos da exposição:
Fotos: Bruno Espíndola